segunda-feira, 30 de maio de 2011

40 anos de "A Clockwork Orange"/"Laranja Mecânica"

Saudações, droogs. Pessoalmente recordei de um filme que marcou minha vida como cinéfilo, inspirado num livro que, particularmente, também me marcou pra caramba. A Clockwork Orange (USA) ou apenas Laranja Mecânica (BR), de 1971, é o tipo de filme que qualquer jovem intelectual revoltado com alguns aspectos de uma vida mundana que beira a mediocridade curte. A história (btw, parei de usar o termo "estória" desde que Millôr desqualificou-o) é inspirada no livro homônimo de Anthony Burgess, que, diga-se de passagem, já escreveu  livros melhores; mas o filme, autoria de Stanley Kubrick, talvez o maior cineasta de todos os tempos e atuação impecável do protagonista e fodão Malcolm McDowell. O filme é uma obra-de-arte, sem avacalhação nesse vocábulo. 

Enfim, a história se passa em uma Inglaterra distópica, em um futuro que aparenta não ser tão distante, onde a cultura adolescente se deteriorou de tal maneira que os valores desapareceram e a concepção de moral passou a ser artefato exclusivo das "bichas velhas". Nessa realidade fictícia, onde gírias nadsats de ciganos e húngaras são naturais, há um foco sob uma gangue de adolescentes (ou, como chamam na obra, DROOGS) que trata a ultraviolência como algo perfeitamente conveniente e mui horroshow, com isso saem distribuindo porrada em outros caras, velhos e estuprando garotinhas. Não, o público-alvo do filme não são delinquentes psicopatas nem tampouco sádicos: mas sim gente que curte um filme teatral e artístico com umas trilhas sonoras supimpas de Ludwig van Beethoven.


Pra não ficarem me escrotiando nos comentários, acho melhor assistirem o filme antes. Vale a pena, a menos que você seja um babaca hipócrita e pseudo-moralista.


Vosso Humilde Blogueiro

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Insanidade de uma mente lúcida

Acordei certa manhã com ideias permeando meus titubeantes pensamentos; como consequência, o fio condutor deste e de muitos outros raciocínios matinais me intrigou de modo que pude fazer algo até então inédito: encon-trar a "meada do fio" (err...) destes pensamentos que eventualmente insurgem simultaneamente à eclosão do alvorecer. São pensamentos meio escrotinhos, mas essencialmente ricos, eis que advém do momento onde nossa criatividade, sob circunstâncias oníricas, desvencilha-se das correntes do moralismo, das aparências éticas, das delimitações ideológicas e de nosso senso comum de estruturar idealmente as coisas -- não há nada mais verdadeiramente puro que isto; uma atitude de lucidez, no momento que, nossa psique, em um excitante affair blasé com a insanidade (ou os ímpetos emocionais que residem em todos nós), edifica ideias fodásticas, magníficas e deslumbrantes... As quais, depois de termos recobrado a consciência, desvanecem-se após não muito tempo e submergem no injusto esquecimento, sepultando-se em nosso subconsciente.

Id, Ego e Superego.
Ah, vá.

Como Sigmund Freud diria, e muitos profissionais da área da psicanálise, vendo este objeto de estudo como algo simplístico e de fácil observação, trabalhariam-no de modo que seria definido como a morte momentânea do SUPEREGO, a hegemonia do ID e a desconstrução da realidade objetiva filtrada pelo EGO.

Id --> compreende nossos instintos, desejos e vontantes, em sua maioria inconscientes, pois nossa inteligência evita sua predominância na psique;
Ego --> equivale à balança que gera um equilíbrio de dosagens entre o Id e o Superego, tal que, com o subjetivismo da mente, constrói uma realidade objetiva e uma perspectiva individual das coisas, mantendo sempre a lucidez;
Superego --> é o órgão mental que fornece o senso de moralismo, a noção ética, a delimitação dos ímpetos e dos instintos "animalescos" que não deveriam compreender o ser humano [ressalto que é originário do dilema edipiano (Complexo de Édipo), que seria interessante de se observar à parte];

A renúncia progressiva dos instintos parece ser um dos fundamentos do desenvolvimento da civilização humana.
Sigmund Freud                                


Uma frase dessas poderiam ser proferida por um símio que tivesse noções básicas de psicanálise; mas como é "Freud", deixa quieto. Ah, diga-se de passagem, eu defendo a valorização dos instintos (sobretudo o libido), pois, acredito eu, sem ele, seríamos reles engrenagens com funções mecânicas em um complexo socio-industrial (imagine o Charlie Chaplim naquela cena de Tempos Modernos). Pronto, chega de bancar o professoral. Nhé, foda-se.

Vosso Humilde Blogueiro