Saudações, droogs. Pessoalmente recordei de um filme que marcou minha vida como cinéfilo, inspirado num livro que, particularmente, também me marcou pra caramba. A Clockwork Orange (USA) ou apenas Laranja Mecânica (BR), de 1971, é o tipo de filme que qualquer jovem intelectual revoltado com alguns aspectos de uma vida mundana que beira a mediocridade curte. A história (btw, parei de usar o termo "estória" desde que Millôr desqualificou-o) é inspirada no livro homônimo de Anthony Burgess, que, diga-se de passagem, já escreveu livros melhores; mas o filme, autoria de Stanley Kubrick, talvez o maior cineasta de todos os tempos e atuação impecável do protagonista e fodão Malcolm McDowell. O filme é uma obra-de-arte, sem avacalhação nesse vocábulo.
Enfim, a história se passa em uma Inglaterra distópica, em um futuro que aparenta não ser tão distante, onde a cultura adolescente se deteriorou de tal maneira que os valores desapareceram e a concepção de moral passou a ser artefato exclusivo das "bichas velhas". Nessa realidade fictícia, onde gírias nadsats de ciganos e húngaras são naturais, há um foco sob uma gangue de adolescentes (ou, como chamam na obra, DROOGS) que trata a ultraviolência como algo perfeitamente conveniente e mui horroshow, com isso saem distribuindo porrada em outros caras, velhos e estuprando garotinhas. Não, o público-alvo do filme não são delinquentes psicopatas nem tampouco sádicos: mas sim gente que curte um filme teatral e artístico com umas trilhas sonoras supimpas de Ludwig van Beethoven.
Pra não ficarem me escrotiando nos comentários, acho melhor assistirem o filme antes. Vale a pena, a menos que você seja um babaca hipócrita e pseudo-moralista.
Vosso Humilde Blogueiro