quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

O Mistério da Caverna dos Dragões

Dungeons & Dragons



"Caverna dos Dragões"



Veja o guia dos episódios.




Para os leigos, este seriado não transcendeu a condição de um desenho infantil do gênero fictício. Para a grande maioria dos expectadores desse controvertido seriado televisivo, o desenho Dungeons & Dragons - conhecido no Brasil como “Caverna dos Dragões” – era uma das obras televisivas contínuas mais enigmáticas e brilhantemente arquitetadas já feitas nessa nossa sociedade que carece de cultura e conscientização massiva. E essa divergência é a essência do mistério que assola a Caverna dos Dragões até os dias de hoje. É a história dos seis amigos é até hoje discutida por muitos marmanjões, que eram as criancinhas na época em que o desenho estava no auge.


A série, inspirada no polêmico e famoso jogo de RPG Dungeons & Dragons, possui 27 episódios, todos eles exibidos originalmente entre os anos de 1983 e 1986. Os episódios foram transmitidos pela rede norte-americana de televisão CBS durante três temporadas seguidas e no Brasil, pela TV aberta Rede Globo. O produtor do desenho fora Gary Gygax, um dos autores originais do jogo Dungeons & Dragons. O seriado deve seu maior reconhecimento no Brasil, e repercutiu ainda mais quando este inexplicadamente saiu do ar – deixando os que o assistiam sendo consumidos pelo mistério que passou à rondar a Caverna dos Dragões, sendo que a  Marvel Productions, produtora série, nunca se pronunciou no que se refere ao cancelamento súbito do seriado. Concedendo, assim, uma margem à axiomas, teorias, especulações e conjenturas por parte dos conhecedores do desenho.




Pouco se sabe acerca do último episódio. Ademais, nunca fora divulgado o roteiro original legítimo pela Internet. Há quem diga que os produtores faliram ou o final tenha sido “contundente” demais para os expectadores, cientes de que o público-alvo e majoritário rondava a casa dos 7 à 14 anos. Elucidações hipotéticas são inviáveis, no entanto, podem ser a única forma de concluir o mistério intercalado no 28º episódio jamais publicado da Caverna dos Dragões.

Para tal, vamos partir de alguns princípios lógicos:
- A Marvel Productions nunca se prontificou ou autorizou a publicação do roteiro do último episódio, ambicionando imortalizar o enfoque dos fãs da série na empresa e subsistir seu ibope internacional, logo, não existe um roteiro legítimo do último episódio, apenas alguns detalhes confessados pelos autores;
- A nomenclatura do último episódio corresponderia à “Réquiem” que, no sentido literal da terminologia, seria uma Missa especialmente composta para um funeral. Na música, contém passagens bíblicas e orações para a entrada dos mortos no céu.
- A empresa que financiava a produção da Caverna dos Dragões admitiu (ou fez uso do subterfúgio) de que os editores tencionavam prorrogar a trama, mesmo tendo a premissa do final em mãos. À contragosto dos acionistas e empreendedores do seriado, que queriam-no encerrado logo para poder gerar os lucros finais e terminar com uma imagem digna quando o mesmo estava no auge da audiência. A divergência e a falta de acordo dentre empresários-editores acarretou a dissolução do seriado, nas palavras dos representes da Marvel Productions.
- O substrato da trama era a co-atuação do Vingador com o Mestre dos Magos nos desafios e aventuras designadas aos garotos que se situavam naquela realidade. Sendo assim, é admissível a conciliação de Vingador e Mestre dos Magos em um só personagem com um só propósito em meio àquele universo.
- Os idealizadores da Caverna dos Dragões nunca se pronunciaram após o término prematuro do seriado. Eles tinham ciência da drasticidade proveniente da declaração do episódio “Réquiem”, portanto, deixaram a resolução da trama à mando dos fãs da série, para que associassem todos os aspectos da estória e, assim, consumarem um final hipotético, no entanto, coeso.
- Um detalhe interessante é que o Mestre dos Magos se chama Dungeon Master no original, o que faz bastante sentido já que este é o nome dado ao Mestre de Jogo de D&D, sendo que o papel do personagem é bem parecido com o do mesmo; reafirmando a tese de que ele não seria um auxiliar dos jovens aprisionados, mas sim, o maestro daquele jogo. Um ser onipotente naquele recinto de outra realidade.

Por meio desses princípios, faça jus ao seu raciocínio lógico e siga a linha de pensamento que eu lhe concedi acima.

"Apesar de vários possíveis finais terem sido discutidos, nenhum último episódio foi produzido de fato." - Ante as especulações dos cultos ao seriado, o roteirista Mark Evanier deixou claro que o final está em aberto.

Em um episódio o qual não me recordo o nome – gostaria que me informassem para suplementar esse texto -, que eu já observei via YouTube para melhor estudar a série, os jovens são ordenados a tomar conta de uma “caixa” que, após ser aberta por eles, libera o “mensageiro” do maior mal jamais enfrentado por eles. Esse mal seria um ser superior, dominador de muitos mundos e que seu nome não se poderia proferir, sendo conhecido somente como o mal e uma oposição à todos valores sociais já imaginados. Algo a ser degredado e evitado, tendo o preceito que seria a personificação de todo mal coexistente na humanidade. O mestre dos magos então gasta toda sua força tentando salvá-los e por fim eles vão se separando para chegarem no local onde o mesmo mestre dos magos poderia “recarregar” sua força, e após isso, contando com a ajuda inclusive do Vingador para destruir o mal, este porém que já havia partido para destruir outros mundos.
A história te lembra algo? Pois então, as semelhanças não são somente coincidências. O fato de “O mal” ter seu nome impronunciável é sim referencia à YHVH o nome de “Deus”, e para quem não sabe, Deus é a evolução natural do deus da guerra de tribos nômades do oriente médio, mas isto ninguém faz menção. O fato de ser chamado apenas de “Mal” segue o mesmo raciocínio de Deus ser chamado somente por sua classificação. Mas por quê fariam referencias a Deus como a personificação do mal em um desenho animado? Talvez essa seja uma indagação cuja resposta não se encontra na Caverna dos Dragões, mas sim no edificado jogo de RPG Dungeons & Dragons. Este já estampou o arquivo de muitos casos policiais pelo mundo, sobretudo nos EUA, como razão originária de rituais “satânicos” e a criação de seitas extremistas por parte dos jovens adeptos do jogo.


Cena da "Caverna dos Dragões" onde insurge do 
pântano uma hidra, com a imperceptível aparição
subliminar da identificação "666" - referente ao
satanismo; muito enfatizado nesse seriado.

Os tribunais, vez ou outra, são palco de acirradas discussões sobre a influência destes jogos, assim como tem ocorrido com os games violentos. Influências na subjetividade de cada ser humano são feitas subconscientemente, levando o jogador aos extremos com as práticas e a ideologia proposicional do jogo. Como as evidências são imateriais, não há como ser deliberativo nesse caso sem uma averiguação duradoura. Veja mais <<
Na ótica majoritária, não há a quê ponderara, uma vez sendo um RPG uma proposição viral disseminadora de mazelas psicogênicas. Como proferem os religiosos, trata-se de um intermédio satânico vinculado ao jogo. Tendo em mente que o seriado se embasa no RPG, a indiferença e até a apologia ao ódio religioso-cristão pode ser algo crível em meio a tantas evidências contemporâneas nesta sociedade, sendo o repúdio à doutrina cristã o preceito do D&D e, porventura, da Caverna dos Dragões.

"Caverna do Dragão foi um desenho altamente sombrio para a sua época - tanto quanto é Gárgulas nos anos 90. Nós o levamos o mais distante que era possível para um programa infantil" - paráfrase do escritor Michael Reaves; este reafirmou a ousadia da série e, no mais das vezes, insensatez ao intercalar resquícios subliminares de devoto ao satanismo.

Com isto, torna-se viável a hipótese de que o seria é apologético ao satanismo ou o repugno às teses teístas.


Coloco a disposição de vocês o script que vem circulando os mares da NET contemporaneamente. Sua legitimidade é duvidosa, e os roteiristas não se pronunciaram sobre o mesmo. Veja a síntese do script:


''O episódio inicia com os seis garotos enfrentando uma hidra. O Mestre dos Magos aparece durante a briga mas se recusa a ajudá-los, o que causa estranhamento geral. Mais tarde, o Vingador surge e apresenta uma maneira para a turma voltar ao seu mundo: encontrar uma chave escondida e arremessá-la em um abismo. A proposta faz o grupo se dividir em dois (Eric, Presto e Sheila de um lado e Hank, Bobby, Diana e Uni do outro). Após quase morrerem em um vulcão, eles se juntam novamente e encontram a tal chave dentro de um sarcófago com a imagem do Vingador. Ao serem atacados por uma ameba gigante, Eric usa a chave em uma fechadura e salva seus amigos da morte certa. Isso faz o Vingador se transformar em sua forma real (um cavaleiro) e se revela filho do Mestre dos Magos. Com o vilão libertado, os garotos ganham a opção de voltar para seus lares. O episódio termina sem o espectador saber se eles retornaram ou não para a Terra, deixando aí o espaço para uma continuação na temporada seguinte''


A interpretação do script ainda admite a hipótese condizente com a hipótese que se verte para o mais provável: o intermédio não-liminar de louvor e culto às práticas ditas pela Igreja como "satânicas". Basta fazer a mínima associação lógica.


No maior ideário e alvo de alusões, está a Bíblia. A Hidra, o dragão de sete cabeças, seria o adversário final deles, dentro do teatro do Mestre dos Magos e seus enigmáticos dizeres. A mesma carregava consigo a chave que liberá-los-ia para o mundo real. O episódio final, “Requiem”, faz uma nítida alusão no que cerne aos preceitos religiosos:

Livro do APOCALIPSE, capítulo 20, versículos 1 e 2


1.    Então vi descendo do céu um anjo que tinha nas mãos a chave do *abismo e uma corrente pesada.
2.    Ele agarrou o dragão, aquela velha cobra que é o Diabo ou Satanás, e o amarrou por mil anos.

Mais referências nos convergem para o pensamento remetente à doutrina cristã. Afora as frequentes mensagens não-liminares interpostas sorrateiramente em alguns capítulos com o intuito de incentivar alguns aspectos de nosso subconsciente sem nosso aval da consciência. Em meio a isto, seria concebível a tese de que eles estão aprisionados em um "abismo", a caverna que seria uma metonímia do Inferno, e lá eles estão sendo o entretenimento do Diabo, que seria o Mestre dos Magos juntamente com o Vingador. Em outra hipótese, também viável, seria o Mestre dos Magos Deus em um processo de avaliação dos seis jovens e o Vingador o Diabo, que queria que eles permanecessem a eternidade naquele ântrio de sofrimento. Veja abaixo as raízes desse axioma:



Nas palavras do Vingador, um personagem importante no desenrolar da trama, “era muito fácil verem-no como mal e o Mestre dos Magos como bom” – algo que nos permite sempre ficarmos receosos quanto a nitidez de alguns aspectos da trama; permitindo-nos especular o inespeculável, desde que condiga com o realismo daquele universo.

 De fato o Mestre dos Magos e o Vingador tinham alguma conexão, mas não faria sentido eles serem a mesma “pessoa”. Ainda mais pelo fato de que ambos continuaram travando disputas, mesmo sem a presença dos garotos. Entrementes, com a contradição e o imbróglio de falácias, é de se cogitar uma possível unificação objetiva dentre Vingador e Mestre dos Magos.

De qualquer forma, sem divergir a linha de pensamento, admitem-se duas interpretações dos personagens Vingador e Mestre dos Magos: a primeira, já aludida, é que ambos são dois estereótipos forjados por um ser unificado que é tudo e todos ao mesmo tempo no universo da Caverna dos Dragões; os conflitos, sendo assim, são pura dramaturgia. A segunda, também congruente, é a de que o Vingador, que no penúltimo episódio se refere ao Mestre dos Magos como “pai” (e vice-versa, proporcionalmente variável), é o filho do Mestre dos Magos. Ambos em um recinto místico onde o Mestre é Deus, a personificação do bem, e o Vingador, por sua vez, é Lúcifer – justamente o controverso de ambos. De acordo com a os dizeres da Bíblia, Lúcifer é cria de Deus, sendo assim, é seu filho. Mas um filho que optara a corromper sua alma com os pecados. Daí insurge o gênesis das desavenças entre os dois, com a formalidade das referências genealógicas.
Uni, nessa contextura logística, seria um empecilho eclético à mando de Lúcifer - não-detalhado, ainda. Seu papel poderia ser exercido por qualquer outro que conseguisse obstruir o pragmatismo dos jovens.


Como se fossem insuficientes as referências religiosas, fica a denotação final de vínculo, no mínimo, negativo: o título do último episódio. “Requiem”, como já fora afirmado, é uma nominação para uma missa composta não só, como unicamente, para um funeral. Nela transitam passagens bíblicas e orações para a entrada nos mortos no Céu – permitindo-se especular que eles conseguem escapar do Inferno, no entanto, seguem mortos, mas no Céu.

A terminologia é oriunda da expressão em latim requiem aeternam dona eis, cujo significado é “dai-lhes o repouso eterno”. E isto, por si só, já nos cientiza de que eles jamais voltarão para o mundo real.


Na tese do Inferno, seguindo a propedêutica inexorável da Bíblia, da Igreja e da própria constituição do Cristianismo, eles não foram teleportados para outra realidade, pois morreram em um acidente não-detalhado no parque. Sendo assim, foram naturalmente encaminhados para o lugar onde os inglórios preditamente vão, de acordo com os dizeres religiosos. Nunca houve a chance deles voltarem para a realidade, considerando o fato deles estarem preconceitualmente morto. Entrementes, os idealizadores do roteiro final podem ter sobredourado a trama, proporcionando uma possível saída dos mortos do Inferno em meio àquele "jogo".
A conclusão hipotética mais coerente seria a que eles morreram e passarão a eternidade tendo de lidar com frustrações no Inferno, em um jogo sem ganhos, tais quais é para os que jogam o RPG D&D, que acabam se norteando inconscientemente ao extremismo e o culto ao satanismo não-declarado.


Michael Reaves, roteirista da série, preferiu deixar a trama sem um final concreto. O roteiro fora escrito, no entanto, não foi divulgado tampouco completo. Reaves declarou que prefere deixar o final ser concludente no concebimento do expectador da série, portanto, os mesmos poderiam especular o final que, para eles, fosse o ideal. Sem querer desqualificar todo meu axioma, todavia, essa é a pretensão do criador; nada posso eu questionar. Enfim, tentem conjeturar o final ideal para vocês, seja o de maior insipiência, seja o de maior complexidade.


Não obstante as evidências apontarem para o pior; a despeito da faixa etária do público alvo do desenho. Infelizmente, há muito o que se decifrar...

2 comentários:

Uriel Almeida disse...

Eu era fã desse desenho quanto passava na Globo ainda. Só acho que essa explicação esta muito complexa, mas vou indicar para os meus amigos que também assistiam o desenho essa sua solução. ;)

Pixel-Victor disse...

Aew magnetix, li uma parte... achei muito revelante, já tinha ouvido falar que esse desenho tinha algo de estranho por trás.
Alias, pq vc não fala algo sobre a religião católica? Tem alguns erros nela...
1. Na bíblia diz para não fazerem estátuas de metal ou de nenhuma outra coisa, tanto que em um dos mandamentos está "Não adore imagens". E eles insistem fazerem estátuas... dizem que é o que elas representam, mas mesmo assim está errado.
2. Eu já ouvi falar que o Papá tem algo a ver com o número da besta.
3. A Igreja católica modificou a oração que Jesus ensinou. Eles trocaram "perdoai as nossas dividas, assim como nós perdoamos os nossos devedores" por "perdoais as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido". Também "comeram" a última parte da oração... "Porque é teu o Reino do Céu, a gloria e o poder para sempre".
4. Eles dizem que Pedro foi o primeiro Papá, evidências dizem que Pedro morreu de cabeça para baixo numa cruz. E nenhum Papá até hoje foi morto na cruz.
5. O papá se diz o mais próximo de Deus, sendo que Deus pede para que todos sejamos "iguais". Fora que o nome Papá significa papai em Italiano e na Bíblia diz que Pai é somente o da terra e aquele que mora no céu.
6. O papá quase sempre está tornando um Humano que já morreu Santo, pois realizou 3 milagres. Na bíblia diz para não fazer ninguém de Santo, por mais que seja bom. Lembro até que alguém chamou Jesus de bom e ele disse que bom é apenas o criador.

enfim, muito obrigado por ler e espero que faça uma postagem sobre isso (um pouco mais detalhada...)