domingo, 31 de outubro de 2010

Vlogueiros - defecação virtual

Quem nunca vagava despreocupadamente pelo YouTube e se confrontou com um vídeo, vulgo Vlog, onde aparecia um gordinho/geek tentando criar uma base lógica e persuasiva na sua revolta adolescente, ou uma pseudo-lição-de-moral referente a algo contemporâneo? Sim, meu caro leitor, isso se chama "vlogs"; e talvez seja o último refúgio dos fracassados.
Pseudo-moralista revoltado (esq.) e um nerdaço sem-vida social (dir.);
ambos consagrados detentores de vlogs.


Muito bem... só quero esclarecer que há tempos eu queria desenvolver uma postagem neste humilde blog sobre essa modinha de vlogs. Mas transitei uma seca de críticas ácidas que poderiam vir a concernir a esse assunto que já deve ter sido fuzilado em muitos outros blogs (ou até vlogs). 
A distinção de um vlog para um blog é o denominador aparente comum que reside em ambos: a disseminação de um pensamento, ideal e/ou informação. No entanto, no caso específico dos vlogs, este "denominador comum" desmascara-se como um extremo-oposto da disseminação de informação. Portanto, não é uma via de mídia, onde você pode salvar nos favoritos e consultar semanalmente. O vlog foi idealizado pelo vagabundo que não possui técnicas de redação, coerência e coesão textual; logo, tenta usar sua pífia desenvoltura frente à câmera para ludibriar o interlocutor a abraçar seus ideais. No mais das vezes, vlogs contém apenas desabafo falsamente racional do autor - ou "vlogueiro", se assim quiser intitular esse cidadão.

Analogias entre blogs e vlogs
Exemplo de um vlogueiro típico
do YouTube
Há um abismo que permeia a coexistência de blogs e vlogs na NET. Por exemplo, o público-alvo de cada um. O leitor de blogs pode variar do ignorante ao intelectual - mas sempre buscando algum gênero de informação, seja fútil ou trivial; o interlocutor de vlogs na absoluta maioria é aquele ser com uma capacidade de adquirir informações neurologicamente subdesenvolvida em relação aos leitores de blogs, pois prefere ver um cara sem repertório, prestígio e renome discorrer sobre quase sempre banalidades e assuntos irrelevantes. - que ao interlocutor e autor deles, são extremamente significantes.

Uma analogia válida também é comparar o blogueiro com um leitor de Literatura Clássica e Contemporânea e o vlogueiro com um espectador de Sitcoms e Novelas da Globo.

O vlogueiro nunca se conscientiza que a vida virtual é um palco da vida real. Eles fazem uso duma falsa justificativa (e nesse caso tomo como exemplo Felipe Neto) para falar merda, descaralhar e agir feito babacas por se tratar de uma "realidade virtual", um playground o qual se pode fazer o que bem entender e sair impune; e também tem a petulância de dizer que suas atitudes na "vida real" seriam totalmente diferentes e bem mais maduras e sóbrias. Todas as suas atitudes na internet, meu amigo, também faz parte dessa vida real, aprenda e conforme-se com isso. Se você resolve encarnar o tal do PERSONAGEM em redes sociais e fazer de tudo pra aparecer, tudo bem, mas saiba que isso forma sua personalidade em relação ao que os indivíduos integrantes de sua sociedade percebem enquanto assistem as asneiras que você comete, ou as merdas que você fala sem pensar, ou qualquer outra atitude online que te torne um Felipe Neto.

Na internet, a pessoa é o que é pelo que diz ser; e afirmações assim não podem
ser facilmente contraditas.
Quer contaminar a NET com sua patética opinião, ficar de fuleragem no TWITTER, floodar e-mails toscos, BELEZA. Mas não venha dizer que essas ações e práticas não tem relação alguma com seu "eu" verdadeiro; pois a vida virtual é um palco para as interpretações de nossa subjetividade mais incubada nos confins de nosso subconsciente. Se você se porta feito um escroto, é porque há um escroto em você (ou você É esse escroto) que necessita se desvencilhar dessa maré de formalidade, falsidade, sobriedade e pseudo-maturidade que você faz questão de simular na dita "vida real".  O mundo tá aí mostrando gente que se fode por cometer “crimes virtuais” e acabam pagando os pecados em delegacia da “vida real”.  Não há como fugir do fato de que os mundos virtual e "real" estão desligados um do outro. Todos constituem uma mesma realidade em torno do seu ser, e se você se porta feito babaca na NET, vão te ver como um babaca na rua, pois você é o que MOSTRA ser e não o que TENTA ser.  A Internet, de modo algum, é um "lugar à parte".

Vlogueiro de elite
Aqueles tidos como vlogueiros têm uma tendência a se DESENCARNAR em mundos virtuais. Um dos fatores é a ausência de presença física, e a capacidade de moldar sua personalidade com a textualidade (logo, aquele nerdaço do PC Siqueira pode aparentar ser um cara mais "cool", e ao mesmo tempo escapar de levar uma porrada por tar falando merda).  Na internet, a pessoa é pelos outros apenas através das merdas que ela escreve e suas afirmações sobre ela mesma não podem ser verificadas com facilidade e contraditas.



Vosso Humilde Blogueiro

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