domingo, 20 de março de 2011

Satisfatória mediocridade

A vida e a existência são assuntos complexos demais; muitos deles, até serem entendidos, levam tempo para adquirir conhecimento necessário. Porém, pra que desperdiçar tempo ao tentar entender a vida quando podemos simplesmente vivê-la desregradamente, em um mar de trivialidades e banalidades? Uma vida fútil, destituída de propósitos, finalidades e consequências; uma vida da qual injustificadamente orgulhamo-nos, mas cuja história jamais será relevante a ponto de configurar as páginas de uma biografia. 
10 minutos empreendidos
em algo sem evitende
relevância.

Ultimamente venho desenvolvendo um interesse que transpõe a vaga repulsa, no que concerne às pessoas ordinárias (que constantemente observamos em nosso contidiano) e sua relação harmônica para com as futilidades que nutrem seu sentido de existência. Acho que não podemos entender a vida como um objeto singular, morfológico; e sim como a essência dos ideais de cada um, de modo que as pessoas, das ordinárias às "diferentes", lapidem-as da maneira que entenderem. Dou a entender, a grosso modo, que não há um modelo único de vida, e nem todas precisam ter um propósito predeterminado; a vida pode simplesmente ser exaurida, consumida até a última gota, de modo lancinantemente fútil e ordinariamente banal.

Não há o que se contestar, quero dizer.

A triste realidade humana
Veja só; escrevo hoje isto aqui, certa feita, por volta do meio-dia, pois nada realmente significante tenho a fazer. E que compreendo, como pessoa que se julga diferente (narcisismo à parte), e até extraordinária (não-ordinária, para melhor entenderem a acepção), que não podemos maquiar nossos atos eternamente com o pretexto idealístico da originalidade, do sentido e do empreendimento adequado de nosso valioso tempo. Sei que poucos irão ler a totalidade deste texto, e que o escrevo mais como exteriorização de pensamentos do que qualquer outra coisa; mesmo assim, escrevo-o, como prova vital este blog - recanto de lixo e falácias filosóficas -, que na essência, tudo é fútil.A própria vida admite essa generalização, e ser algum, seja extraordinário ou apenas outro da "massa reprodutora", não tem moral para julgar as futilidades dos outros, sem ao menos pautar o julgamento em seus próprios atos, pensamentos e ideais.

Em síntese, somos, por natureza, medíocres; e apenas usamos de subterfúgios para escondê-la.


Vosso Humilde Blogueiro